Época de planejamento. É importante avaliar o que já foi realizado para vislumbrar quais caminhos podem ser trilhados. Incorporar novas tecnologias e ferramentas de comunicação na educação significa bem mais do que disponibilizar acesso à Internet, ensinar a usar um processador de texto e encorajar os alunos a trocarem mensagens virtuais. É preciso educar para a informação. Nesse sentido, Projetos Colaborativos em pesquisas escolares são um caminho para ampliação e integração de diferentes objetivos de aprendizagem frente à nova realidade em que a escola se insere.
Antes de tudo é preciso que o professor defina, com o grupo, um foco para o trabalho. Pesquisas partem de indagações, é preciso lembrar sempre… Cada grupo trabalha com uma pergunta ou rol de perguntas, garantindo seu foco de busca e seleção de informações durante a sua pesquisa.
Parte-se, então, para a busca e seleção das informações. Cabe ressaltar que os procedimentos de busca, seleção, comparação, reflexão e síntese devem ser objetivos de aprendizagem, sendo papel primordial do educador, como mediador da informação que é, propor experiências e criar situações que promovam esse desenvolvimento. . É importante trabalhar com o aluno o questionamento das informações coletadas em diferentes fontes, sejam elas impressas em livros ou periódicos, disponíveis em multimídia, ou ainda compartilhadas por fontes vivas, comparando-as e refletindo sobre as mesmas, contribuindo assim para a construção de um leitor crítico e reflexivo.
Durante o processo, deve-se garantir a circulação de informações entre os componentes de um grupo e entre grupos; um registro que viabilize a avaliação mediadora e por fim, a comunicação e divulgação dos produtos.
Existem hoje disponíveis na Internet inúmeras ferramentas e serviços gratuitos, criados originalmente para outros fins, que podem contribuir para o desenvolvimento dessas etapas de um Projeto Colaborativo em pesquisa escolar:
Ferramentas de comunicação síncrona entre duas ou mais pessoas (tais como MSN, Skype) permitem a troca de dados e diferentes tipos de interação via bate-papo, audioconferência, videoconferência, quadro de comunicações e compartilhamento, para realizar uma determinada apresentação ou promover o estudo e trabalho junto aos alunos em tempo real.
Ferramentas assíncronas garantem também o acesso às informações e a reflexão, bem como o registro do processo e dos produtos finais dos grupos, tais como:
Grupos de discussão: possibilitam a troca de mensagens por email; arquivo de mensagens
e compartilhamento dos arquivos, criação de agenda para o grupo e o desenvolvimento de enquetes.
Fóruns: que podem ser livres ou dirigidos, permanentes ou com tempo determinado
Mapas conceituais: permitem aos alunos construir sua representação mental, na medida em que destacam, tanto dos textos lidos como de seu repertório de informações, idéias em conexão.
Blogs, Videologs, Fotologs: permitem a possibilidade de publicar idéias durante o processo de construção, individual ou do grupo, dos trabalhos em equipe, anotações de aula, discussão e elaboração do projeto, em textos, fotos, arquivos de áudio e vídeo. Permitem ainda inserção de comentários sobre as publicações; bem como a organização de conteúdos e dos comentários recebidos.
Podcasts: possibilitam a publicação sobre determinado tema como se fosse um programa de rádio e outras formas de comunicação em áudio.
Wikis: possibilitam a descentralização da edição de uma página, permitindo que todos sejam co-autores da produção.
É possível também criar um ambiente de aprendizagem para a escola por meio de plataformas gratuitas como o Moodle, conjugando a maior parte dessas ferramentas. Universidades e outras instituições educacionais vêm adotando esse software gratuito, desenhado para facilitar a vida dos educadores.
Enfim, essas são apenas algumas das possibilidades disponíveis para promover o registro, a socialização, a interação, debate e a construção do conhecimento. Há outras, com certeza. Conheça e compartilhe experiências.
O mais importante é incorporar novas ferramentas na prática pedagógica com clareza de objetivos. Ainda fazemos uma enorme confusão entre o que é informação e o que é conhecimento. Informações são dados disponíveis. Conhecimento é mais que isso. Conhecer envolve buscar, selecionar, comparar, destacar o que é mais significativo (com a observação de que só posso comparar se tiver acesso às diferentes fontes…). Conhecer é ser assertivo, integrando e dando novo tom a um dado… É isso que a escola precisa ensinar a fazer, diante de qualquer fonte informacional. Como? Ensinando de fato a pesquisar, promovendo o acesso sistemático e mediado à diversidade de informações, viabilizando debates e reflexões por meio de questões desafiantes…
Eliane Candida Pereira
Li, tudo bem?
Que texto rico e que análise interessante a sua, vindo de encontro com o que discutimos no sábado passado e com a entrevista de Cristian Parada, que te enviei, falando sobre Economia Digital. Achei interessante, também, o link em que trata de como o educador pode usar o blog como ferramenta educacional. Creio que o grande desafio, neste novo contexto em que estamos involuntariamente inseridos, é como utilizar a informação e o meio digital em prol de uma coletividade. O comércio e os bancos parecem que já encontraram o "caminho das pastilhas amarelas". Como um "olho do furacão" poderá levar consigo outros setores da economia e da sociedade e nesta leva a educação, base da cultura de qualquer civilização, não pode e não deve ficar de fora.
Acredito que com uma tecnologia de ponta, porém com recursos customizados e a custos populares, os governos podem democratizar a educação e a cultura. Olha que nicho interessante este que vai muito além do laptop a US$ 100.
Super-beijo do Lu pra você.